Alô, como vocês estão? Devem estar bem, eu devo acreditar, eu devo pensar, eu devo inferir para aferir pela grandeza de cada um, não importa onde estejam. Estar bem não deve ser uma busca, mas um ser contínuo. O que já é não pode vir a ser. A incerteza é que produz o desconforto.
Está tudo bem, mas o tópico de abertura fala de ausência e ausência é falta. Você não está amaciando demais o carro, tentando justificar o que não se justifica?
Ah, você chegou! Já estava estranhando! Estou começando a gostar!
O que?! Você gostando de mim? Também, sou seus pensamentos mesmo! O que você herdou de suas próprias vivências. Resultados de tantos “chega para cá”, “chega para lá”. Sempre foi um vai crível de uma incrível aventura.
Parece que você está exagerando. Nem tão pouco, nem tão muito!
Essa não! Vamos lembrar um fato, um livro que você escreveu lá para o final dos anos 70 que foi publicado no final dos anos 80. – lembrou o pensamento.
E trouxe o meu Grito de Liberdade. Pensei que ia me sair bem, afinal muitos dos poemas daquele livro foram estudados por alunos da graduação em letras. Na época achei o máximo. Hoje, talvez nem tanto. O tempo passa e permanece. A consciência muda e a paisagem não é muda. As guerras continuam, a fome idem
Não despreze a importância daquele momento, seria no mínimo ingratidão. O problema não está nos poemas, por sinal a universidade deve continuar estudando-o. A questão é o que você trouxe como título para essa crônica e praticamente nada foi, efetivamente dito.
Por que você muda tanto?
Claro você já viu pensamento estático? Você era um místico, estudava muito o misticismo, acreditava na utopia e não nas coisas práticas da realidade que se vive. Penso! Sou o seu pensamento personificado que vai revelar o erro, se é que ele existiu.
Sim e qual é? Você vai estar de acordo com o prefaciador que em certo momento fez uma referência dura, quando disse, meses depois da publicação: “esse é o fim do “Grito de Liberdade”?
Tolice! Nada disso faz mais sentido, estamos perdendo tempo. O erro está apenas no título. Sabemos hoje que não tem nada a ver com liberdade. Outro título poderia salvar o livro, embora o grito tenha sido eficiente para você.
O silêncio tomou conta do espaço interno e a liberdade parecia obvia, ninguém poderia interferir nesse espaço a não ser com permissão.
Agora sei o que você quis dizer com liberdade na ausência. Seu sensor moral não permite que você exteriorize certas vontades quando alguém está com você
Você está falando de liberdade com gosto de errar.